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Foto do escritorBruna Cassapietra

Click a distância - uma nova opção



O vídeo vem sendo a ferramenta que mais nos aproxima dentro do cenário de afastamento. Me arrisco em dizer que videoconferência virou a ferramenta mais necessária em tempos de quarentena, natural, já que através dele podemos matar saudades, ter uma reunião, ouvir uma música, conhecer novos assuntos, apresentar trabalho, aulas e assim por diante...

Tivemos que nos adaptar para continuarmos exercendo nossas funções sem a presença física, e o vídeo nos ajudou com isso. Quebramos a barreira do julgamento antecipado e hoje podemos refletir possíveis mudanças de comportamento - optar por mais reuniões remotas é uma delas.

O vídeo ajudou tanto nesse processo de transformação e renovação que até mesmo para quem trabalha com imagem se viu fora da zona de conforto. Maquiadores e stylists renovaram em seus trabalhos com dicas para um melhor visual em videoconferência, fotógrafos e diretores começaram a usar uma “nova” câmera para capturar uma imagem a distância – e é onde eu me incluo.

Sou fotógrafa e diretora de audiovisual, sempre digo que a câmera não faz um fotógrafo, assim como uma cozinha industrial não faz um bom cozinheiro. A câmera é a ferramenta que torna nosso trabalho “palpável”, traduz nossa visão sobre o mundo, sendo assim, escolho qual câmera quero usar para transmitir determinada visão. Já realizei fotos com a imagem da câmera de vigilância, da câmera traseira do carro e agora: de videoconferência.


A distância é o desafiador dessa técnica, o objeto ou pessoa fotografada/gravada não está no mesmo ambiente de quem irá fotografar, por isso é preciso seguir algumas direções técnicas de domínio da(o) fotógrafa(o) e/ou diretor(a), antes não compartilhadas. É necessário diálogo, e claro, uma boa internet, fazer visita de campo virtualmente, ver luz e direcionar posições de corpo e câmera, tudo para tornar o trabalho em conjunto e minimamente exaustivo.


Naturalmente a repercussão dessa forma diferente e inusitada de fotografar geraram algumas reflexões, como a diminuição de custos e possibilidades de realização de trabalhos remotos. Usando cases meus e da minha produtora (deixo exemplos aqui nesse artigo e no meu insta @brucassapietra), confirmo que sim, é possível a realização remota de vídeos e fotos para qualquer que seja sua finalidade. 


Estamos falando em explorar a criatividade, sair da zona de conforto, usar ferramentas novas de trabalho, ter uma visão diferente em relação aos custos de produção e o que podemos fazer com ele, mostrar para o receptor final uma visão diferente do que ele está acostumado e entender que o que torna uma imagem única não é a ferramenta, e sim quem está por trás dela.

A imagem estática ou em movimento, é uma forma de expressão, assim como o texto, a música e etc. Ter mais uma técnica de produção de imagem não exclui as anteriores e nem a torna melhor ou pior, ela apenas se torna mais uma opção - uma nova linguagem - que cabe ao(a) diretor(a), fotógrafa(o) e contratante saber e querer usar.



Bruna Cassapietra - @brucassapietra

Diretora e Co-fundadora da BeeL Films

brunacassapietra@beelfilms.com

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